JEAN BOUSTANI REVELA COMO EMPRESAS MOÇAMBICANAS OBTIVERAM FINANCIAMENTO

No seu novo livro, Jean Boustani revela detalhes sobre a forma como a Privinvest auxiliou três empresas públicas moçambicanas a obter financiamento, destacando que a colaboração com bancos internacionais nunca foi um segredo. Boustani explica que a Privinvest colocou as empresas em contacto com o Credit Suisse e o banco russo VTB.

Segundo Boustani, na época não havia necessidade de subornar ninguém para que os bancos se interessassem por Moçambique, um país que prometia se tornar o "Qatar de África" devido às suas vastas reservas de gás natural. David Hinman, gestor de fundos, corroborou esta visão, afirmando que Moçambique oferecia taxas de juro mais elevadas aos investidores, tornando-se uma opção mais atrativa em comparação a países como a Dinamarca, que, apesar de sua estabilidade, proporcionavam retornos menores.

Boustani refuta categoricamente as acusações de corrupção que envolvem suborno a três ex-funcionários do Credit Suisse: Andrew Pearse, Surjan Singh e Detelina Subeva. Ele argumenta que seria impossível comprar a decisão desses indivíduos devido à complexidade do circuito de decisão dentro dos bancos, que inclui vários comités de avaliação de risco. Além disso, destaca que Detelina Subeva era uma funcionária júnior sem poder de decisão significativa.

Durante as audiências, tanto Singh quanto Pearse foram questionados exaustivamente, mas Boustani afirma que a decisão de conceder ou não o empréstimo dependia do departamento de risco de crédito do Credit Suisse, com o qual ele não teve qualquer contacto direto. Ele conclui que qualquer tentativa de suborno teria sido uma perda de tempo, dada a estrutura interna dos bancos envolvidos.

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