Os professores estão ameaçando interromper suas actividades caso o Governo não resolva as questões que os preocupam. Eles estão insatisfeitos com o não pagamento das horas extras e as más condições de trabalho.
De acordo com a Associação Nacional de Professores (ANAPRO), o Governo decidiu aumentar o número de alunos por sala de aula, o que vai além do padrão recomendado de professor-aluno, como forma de reduzir as horas extras dos professores.
A ANAPRO convocou a imprensa neste sábado (20.04) para expressar sua discordância com a maneira como o Governo trata os professores e desmentir declarações feitas pelo primeiro-ministro, Adriano Maleiane, sobre o pagamento das horas extras.
O presidente da associação, Isac Marrengula, afirmou que, dos 13 meses de horas extras devidos, apenas dois meses foram pagos até agora, o que deixou muitos professores desanimados.
Segundo Marrengula, menos de 30% dos professores receberam as horas extras. Ele contestou as alegações do primeiro-ministro de que algumas horas extras reclamadas não eram legítimas, explicando que, devido à natureza de seu trabalho, os professores frequentemente precisam trabalhar em casa para corrigir provas e planejar aulas.
A ANAPRO deu ao Governo moçambicano um prazo de seis dias para resolver essas questões antes de considerar uma paralisação das actividades. Marrengula também denunciou um ambiente de opressão criado pelas autoridades, onde os professores são repreendidos, intimidados e transferidos de maneira irregular.( Dw)