No programa "6 às 9" da TV Sucesso, o renomado professor e defensor dos direitos humanos, Adriano Novunga, fez declarações contundentes sobre os desafios enfrentados pelos direitos humanos nos pleitos eleitorais em Moçambique.
Novunga destacou a falta de expectativas para melhorias na organização e funcionamento das próximas eleições, atribuindo essa preocupação à permanência do presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), bispo Matsinhe, no órgão. Ele enfatizou: "[...] o facto de o bispo Matsinhe, ele como indivíduo ter a coragem de permanecer naquele órgão, quando o bispo Matsinhe acorda diz que ainda presidente da CNE, isso mostra claramente que não vai acontecer melhorias na forma de organização e funcionamento das eleições."
O professor não poupou críticas a Matsinhe, acusando-o de ser o rosto da corrupção eleitoral e de violações dos direitos humanos no contexto das eleições em Moçambique. Ele também sugeriu que as acções do presidente da CNE influenciam os rumos das eleições, afirmando que "os outros fazem aquilo que ele abençoa".
Além disso, Novunga ressaltou a importância das eleições deste ano, visto que será por meio delas que o actual presidente da República deixará o poder. Ele expressou a insatisfação popular com o actual mandatário, Filipe Nyusi, afirmando que as pessoas estão ansiosas pela sua saída. Novunga afirmou: "[...] as pessoas estão cansadas do Nyusi, ele tem que sair e a porta de sair são eleições, então as pessoas nem estão muito preocupadas se a de haver fraude ou não[...]."
Por fim, o professor concluiu que o mais relevante é que Nyusi deixará o poder, e em 15 de Janeiro, um novo presidente assumirá o cargo máximo da República de Moçambique. Suas palavras ecoam a urgência de um processo eleitoral justo e transparente, essencial para a democracia e o respeito aos direitos humanos no país.